viernes, 11 de marzo de 2011

Parvos, ma non troppo...

aqui escrevi sobre o barulho em torno da música dos Deolinda e do que chamam de "geração à rasca"... e a minha crença inicial era a de que se estava a fazer "tanto barulho para nada"...
Mas eu sou dada a mudar de ideias (não raras vezes) e hoje já me parece que talvez não seja bem assim... é que bem vistas as coisas, quão conscientes e informados estavam os manifestantes, os críticos, de cada vez que no passado se abanou o sistema?
É verdade que eu fiquei traumatizada com muitos dos protagonistas do "não pagamos" propinas (com quem convivia nas tascas onde jamais se recusavam a pagar as facturas das bebedeiras voluntárias, alibi para reprovações em várias cadeiras que escusavam de repetir e pagar segunda/terceira vez), já que defendo que os que as podem pagar, devem pagá-las (e defendia o mesmo na altura e os meus pais pagavam-nas) e talvez por isso tenda a ser demasiado exigente com a argumentação nisto das causas...
Note-se que não me privava das tascas, nem das borgas bem regadas, mas só paguei uma propina duas vezes, a da cadeira de estatística e porque optei por ver o ciclo "Azul, Branco e Vermelho" do Kieslowski, que o Cineclube passava na mesma semana do exame, no extinto Cinecentro da Covilhã (desculpa esfarrapada, já que se não deixsse o estudo para a véspera, o exame não seria incompatível com o cinema)! Não me livrei do sermão (justificadíssimo) porque os mesmos pais que me pagaram as propinas me ensinaram que a responsabilidade não era uma opção, era a única via, se queria continuar a ser patrocinada!

Por outro lado, é bem certo que bem nos podemos queixar dos político e da política e da falta de justiça nestas medidas que pedem sacrifícios a uns para pagar a crise e atribuem privilégios a outros (muitos dos responsáveis pelo fosso em que estamos)...

Quem sabe, talvez se desperte a consciência política dos jovens assim, mesmo que de forma tosca...
Quem sabe, talvez a estrutura trema mesmo e isso ajude a separar o trigo do joio...

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